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Podcast explora implicações políticas do câncer no Sul global; professor do OHS compõe rede de pesquisadores

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Por Carolina Vaz

O pesquisador do OHS Luiz Alves participa da rede de pesquisadores “The Political Stakes of Cancer”, em tradução livre “Implicações políticas do câncer”. Trata-se de um grupo de pesquisadores das ciências sociais que estudam o câncer ao redor do mundo, abordando aspectos como cultura, comunidade, valores, materialidades, afetos, poder, conhecimento, histórias coloniais e pós-coloniais. A rede é coordenada por pesquisadores do Departamento de Medicina Social e Saúde Global do King’s College de Londres.

O grupo lançou, há cerca de um mês, o primeiro episódio do podcast que leva o mesmo nome, The Political Stakes of Cancer, que terá como ênfase o fenômeno da disseminação do câncer no Sul Global, questionando aspectos diversos na ocorrência da doença. O formato do podcast, que terá 12 episódios, é de entrevista, tendo como convidados tanto pesquisadores de carreira recente como investigadores mais experientes no tema, com variedade de formação geográfica, política e social. Para que não seja um conteúdo muito focado na experiência acadêmica, as entrevistas visam explorar as experiências pessoais dos participantes, que serão historiadores, antropólogos e sociólogos.

No primeiro episódio, com o título “Dor sem analgésicos: as políticas de morfina no norte da Índia” (tradução livre), o entrevistado é Nickolas Surawy Stepney, pesquisador associado na King’s College London. Ele conta sobre a pesquisa que realizou, revelando que em hospitais da Índia a distribuição de morfina é regulada de um modo que pacientes de câncer podem não acessar a quantidade necessária no tratamento. A pesquisa apresenta uma amostra das questões sociais, políticas e econômicas envolvidas na distribuição de medicamentos no país.

O segundo episódio já trata do acesso à radioterapia para mulheres de Mali diagnosticadas com câncer de mama. A entrevistada é Clémence Schantz, socióloga e pesquisadora no Institut de Recherche pour le Développement (IRD), na França. Ela revela que em Mali não há máquinas de radioterapia e as pacientes precisam atravessar longas distâncias, chegando até a França, tornando-se migrantes sem documentos em prol de qualidade de vida.

Mais informações sobre o grupo de pesquisadores podem ser encontradas no site Somatosphere e os episódios, gravados em inglês, podem ser ouvidos no Spotify.

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