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História da APS no Brasil: resenha apresenta a relevância de obra para desafios do presente

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Conjunto de projetos do governo pode colocar Atenção Primária à Saúde em risco

Estratégia Saúde da Família (ESF), São Paulo, 2008. Foto: Ministério da Saúde.

Foi publicada recentemente, no periódico “História, Ciência, Saúde – Manguinhos”, a resenha de Márcia Valéria Morosini sobre o livro “Atenção primária à saúde: uma história brasileira”, dos pesquisadores Carlos Henrique Assunção Paiva e Fernando Pires-Alves. A autora é professora e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).

Márcia Valéria analisa a obra, lançada pela editora Hucitec em 2021, como de grande importância para, a partir da história da Atenção Primária à Saúde no Brasil, visualizar caminhos para a reestruturação da área no presente, especialmente no contexto de uma nova gestão federal. A autora destaca a pluralidade de correntes políticas que orientaram a APS no Brasil ao longo da história, sinalizando, ao mesmo tempo, para o que seria uma falta de clareza a respeito da condução da política para a área no atual cenário. Ela ainda destaca como pontos importantes do livro a atuação dos organismos internacionais como Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), bem como as tensões políticas em torno dos sistemas público e privado.

Leia os dois primeiros parágrafos:

Atenção primária à saúde no Brasil:
uma história tecida em pensamento e práticas

Márcia Valéria Morosini

A atenção primária à saúde (APS) no Brasil encontra-se num momento decisivo. Tendo sobrevivido a quatro anos de gestão deletéria do Sistema Único de Saúde (SUS), orientada pela racionalidade do mercado, favorecedora dos interesses do setor privado em detrimento dos direitos sociais, a APS avista um horizonte de possibilidades no início do novo governo federal. É tempo de realizar o balanço das perdas, a avaliação do que precisa ser modificado ou preservado e definir a direção que a APS deve seguir daqui por diante. Nessa oportunidade retornam, parcialmente modificados e atualizados, interesses e concepções distintos, muitas vezes opostos que se fizeram presentes repetidamente nos processos de disputa pela conformação do que costumamos denominar nacionalmente atenção básica.

Neste momento de transição na política nacional, faz-se particularmente oportuna a temática do livro Atenção primária à saúde: uma história brasileira (Paiva, Pires-Alves, 2021), que revisita a história da APS como campo de pensamento e prática, colocando em foco as propostas e experiências que marcaram conjunturas importantes para sua estruturação no Brasil. Seus autores, Carlos Henrique Paiva e Fernando Pires-Alves, peritos no ofício de historiador, ao voltar ao passado partem de uma premissa importante: não procurar aspectos de continuidade linear entre ideias e modos de organização ao longo do tempo, e sim identificar o que chamam de conexões, que lhes permitem compor uma “história comum” da APS, ainda que tecida por elementos diversos e contraditórios.

Confira a resenha completa aqui e saiba mais sobre o livro aqui.

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