Por Carolina Vaz
O coordenador do Observatório História e Saúde (OHS), Carlos Henrique Assunção Paiva, foi o primeiro entrevistado de uma série de diálogos entre o Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS), da Escola Política de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), com outros observatórios focados na saúde pública.
A entrevista, publicada no site do OTS, referencia os 20 anos do OHS, abordando a trajetória do Observatório nas últimas duas décadas, percepções sobre o momento presente e perspectivas para o futuro. Voltando as duas décadas, inicia-se com uma avaliação dos primeiros anos de existência da Rede ObservaRH, uma rede de observatórios voltada para a educação e trabalho em saúde. Apesar de ter sido este o primeiro tema de atuação do OHS, com o fim de alguns financiamentos e entrada de outros, novos temas de pesquisa foram agregados, a exemplo de Atenção Primária à Saúde e organização do SUS, tornando o Observatório uma referência na pesquisa histórica destes assuntos.
“Olhando pra trás, vejo que foi um processo muito positivo, pois permitiu acolher no OHS colegas que, originalmente, não trabalhavam com temáticas dos recursos humanos. Assim, o OHS foi se apresentando, no interior do nosso departamento de pesquisa e talvez até na própria COC, como um lugar de diálogo mais amplo e sistemático entre a História e a Saúde Coletiva”.
O olhar histórico sobre a educação e trabalho em saúde nunca saiu do radar do OHS, assim como as atividades formativas de história da saúde. Ao longo do ano, conciliam-se as disciplinas do OHS em todo o sistema de pós-graduação, mestrado e doutorado, da Fiocruz, principalmente na Casa de Oswaldo Cruz; cursos em eventos como os congressos promovidos pela Abrasco; e o curso online e autoinstrucional sobre história da saúde pública no Brasil.
Outro ponto de destaque na entrevista é a consolidação de procedimentos ao longo dos 20 anos de produção de conhecimento e divulgação em história e saúde. Um exemplo é a História Oral: um formato de entrevista planejado, roteirizado e transcrito na íntegra, seguindo aos regras do Comitê de Ética em Pesquisa da Fiocruz. Nesse mesmo sentido, Carlos Henrique destacou o compromisso do OHS com as boas práticas de ciência aberta, divulgando documentos de natureza pública ou que tenham autorização para este fim.
Por fim, a possibilidade de parceria entre os dois observatórios também foi tema da entrevista, lembrando parcerias exitosas do passado, como o livro Na Corda Bamba de Sombrinha, e pensando possíveis novos projetos e materiais de construção colaborativa.
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