Por Carolina Vaz, com informações de ANPUH
Os pesquisadores do OHS José Roberto Franco Reis, Luiz Alves e Luiz Antonio Teixeira participaram, entre os dias 13 e 18 de Julho, da 33ª edição do Simpósio Nacional de História, realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Eles apresentaram trabalhos e ministraram minicursos nos temas de saúde da mulher e epidemiologia sob a interpretação anticapitalista.
História da Saúde das Mulheres
Luiz Antonio Teixeira foi um dos coordenadores do Simpósio Temático 111 (ST-111), com o título “Mulheres, sexualidades, gênero: fontes e metodologias para a história da saúde”. Ele é vinculado à Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e à Pós-graduação em Saúde da Família da Universidade Estácio de Sá, e foi acompanhado na coordenação do simpósio por Thayane Lopes Oliveira, filiada à Secretaria da Educação do Ceará (Seduc-CE) e doutora em História das Ciências e da Saúde pela COC.
O Simpósio teve 20 trabalhos aprovados para apresentação, divididos em 3 sessões, e um deles foi o de José Roberto Franco Reis, com o artigo “Aqui fala o Juqueri para o mundo”: reminiscências de um jovem estudante de medicina sobre a internação de duas mulheres em um hospital psiquiátrico na década de 1940. No estudo, Reis analisa as lembranças do psiquiatra Haim Grünspun das viagens que realizava no trem para o Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em Franco da Rocha (SP), por volta de 1940. Mais especificamente, os casos de duas mulheres internadas. A partir destas lembranças, o pesquisador do OHS aborda questões de gênero sobre o tratamento e internação de mulheres nas instituições de psiquiatria.

Pesquisadores abordaram mulheres e história da saúde no ST 111. Foto: arquivo pessoal.
Além do Simpósio Temático, Luiz Teixeira coordenou um minicurso “O parto sob perspectiva histórica: sentidos e práticas da medicalização” com as professoras Larissa Velasquez de Souza, da Secretaria Municipal de Educação de Saquarema, e Lucia Regina Nicida, do CEDAPS – Centro de Promoção da Saúde. O minicurso abordou a transformação do parto desde uma prática sob responsabilidade de parteiras, no final do século XIX, até sua execução atual nos hospitais. Teve como objetivo discutir o processo histórico de medicalização do parto no Brasil, atentando para as diferenças regionais, de classe e de raça/etnia. O curso contemplou, em sua Bibliografia, conteúdos disponíveis no site do OHS como a exposição Parto e Nascimento no Brasil.

Da esquerda para a direita: Larissa Velasquez, Luiz Teixeira e Lucia Regina Nicida. Foto: arquivo pessoal.
Já Luiz Alves participou do Simpósio Temático 007 (ST 007), com o tema geral “A historiografia do desconforto: marxismos, capitalismo contemporâneo, luta de classes, escola, história e historiografia marxistas”. O pesquisador do OHS apresentou um trabalho que analisa o processo de demarcação da Epidemiologia como um campo disciplinar no Brasil. O tema é abordado a partir da produção historiográfica, principalmente dos anos 1970 e 1980, em diálogo com a tradição marxista e o movimento intelectual-político da Medicina Social Latino-Americana. O trabalho tem como título “Por uma interpretação anticapitalista da epidemiologia”: marxismo, medicina social latino-americana e a epidemiologia social no Brasil (décadas de 1970 e 1980).

Luiz Alves (segundo da esquerda para a direita) participou do simpósio “A historiografia do desconforto”. Foto: Eliza Vianna.
O simpósio “A historiografia do desconforto” foi coordenado por Virgínia Fontes, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e por David Maciel, da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás.
Simpósio da ANPUH
Esta foi a 33ª edição do Simpósio Nacional de História, realizado a cada dois anos pela Associação Nacional de História (ANPUH). Teve como tema geral “Os (des)confortos da História e os futuros do ensino de História”, convidando seu público a refletir sobre a precarização do ensino de História, principalmente na educação básica. O tema destaca também a emergências de sujeitos, em todos os níveis educacionais, que trazem à tona a necessidade de novas ferramentas didáticas e conceituais no ensino da disciplina. Confira informações sobre trabalhos apresentados aqui.
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